Camarinhas
Esta música que me penetra
- ritmo-
fazendo meu sangue
dançar pelas veias ...
me eleva
e conduz
ao fulgor incerto e fino
da luz
Às evidências misturam-se
os gritos desesperados de socorro
- vindos da rua -
e as camarinhas
que salgam minha face
as dores que afligem meu peito
e estrangulam os medos
a angústia
O vazio
opaca
opção
pregada à ponta
do planador
Ah..esta música..
Expande
as narinas
caninas
soleva
as paredes brancas
que explodem na tela
da televisão
Escondo o rosto
enxugo a chuva ácida
que corrói
a planta da minha mão
Música..
Música
que me arranca do rés do chão
já não estou hipóxica
não existem mais estilhaços
atrás das couraças nem no fundo do mar
Já não me falta o ar!
finjo ser púrpura
cuña porã...
já posso soprar
como pedra cantarolar
Andréa Motta
06.03.04
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