Bom dia, frágil flor!
Daqui é aquela falésia quem te fala
Aquela perigosa e atraente paragem,
Aquela temÃvel vertigem... mas sedutora paisagem?
Sinto-te nas minhas fendas enraizada.
Há tanto neste nosso binário complexo
Nesta rocha-flor, nesta flor de rocha,
Neste tormentoso... mas frutuoso amplexo?
Dás-me delicadeza e amor, dou-te cortantes cristais.
Exposta às rajadas, gelos e degelos,
Resistes aos desprendimentos, à minha erosão,
Mas é desta falésia amarga que saem os misteriosos sais
Nutrindo esta antiga e endémica união.
Pétala a pétala, folha após folha,
Lágrimas em húmus vertido,
Fertiliza, em correntes de ciclos de vida
Este que, sem ti, é estéril miradouro
Mas, semeado de ti, é falésia florida.
Obrigado frágil flor!
Só as tuas raÃzes, pétalas, folhas e pólens
Dão sentido aos meus desmoronamentos,
Nada mais que alucinados pensamentos,
Pequenas mortes onde tenho vivido:
São bateres de asas tão esgotantes e estranhos
Na tentativa de sorver múltiplas vidas,
Vidas tão cinzentas e frias, abismos de que não sei os tamanhos:
Obrigado minha flor.
Phalésia
Nota: Mais um belissimo poema de Phalésia, para nosso deleite.
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