A beira-mar, um sinistro silêncio
é cortado pelo chilreo dos quero-queros.
Mansamente raios solares com nuances
rubro-amarelas colorem o gris das nuvens
mais dorminhocas...
Amanhece e o azul se espraia
entre o verde branco das vagas
atlântico-pacíficas, num espetáculo
de tirar o fôlego.
É o tudo e o nada
presente na dança das gaivotas
que rasgam o azul celeste.
Na areia tu e eu
cheiro de maresia...
e o céu ao alcance de nossas mãos.
Andréa Motta
14/07/04
Nota : O quero-quero é uma ave do tamanho de uma perdiz e caracteriza-se pelo colorido geral cinza-claro, com ornatos pretos na cabeça, peito e cauda. A barriga é branca e a asa tem penas verde-metálicas. Apresenta um penacho na região posterior da cabeça; o bico e as pernas são vermelhadas e tem um par de esporões no encontro das asas.
O quero-quero é sempre o primeiro a dar o alarme quando algum intruso invade seus domínios. É uma ave briguenta que provoca rixa com qualquer outra espécie. Quando Chilreia tem-se a nítida impressão de que grita a expressão "Quero-Quero", acredito que daí venha o nome.
Apenas hoje te direi :
espelho faze-me sorrir
desvenda-me poro a poro
reduze-me a átomo de ti
depois esquece.....
Estas palavras descabidas
esta fome de sentir-te em mim
esquece a pele....
a minha boca te fumando
o sabor, a umidade...
Deixa só ficar,
a silhueta refletida
nos raios do luar
Andréa Motta
14/07/04
Na imensidão do oceano ausente
não espero nem mais um segundo
para sentir a noite roçar a pele.
Desnudo a alma criando no balbucio das estrelas
desejos imaginários, onde o fogo atravessa
o horizonte de nós dois abrasando o sorriso mutante.
Jogo duro,
traço caminhos...
grande piada!
são mesmo desatinos presos a garganta.
Andréa Motta
25/07/04
Tu semente de emoção
acende em meu peito
um clamor amiúde.
Tuas palavras delicadas
escamoteadas sob a máscara
de rude arrazoado
mais parecem veludo do que morte.
O sal que dos teus dedos escorre
tem sabor de chocolate
para quem lê as entrelinhas
dos pseudos hieroglifos.
Tu sempre tu
rega minha terra
espalha minhas folhas
tinge ignescente minhas paredes...
Andréa Motta
20/07/04
É dia de festa, o Brasil com a equipe B
bate a Argentina nos pênaltis e
conquista a Copa América-2004.
Eu não poderia deixar de prestar esta pequena homenagem
à SELEÇÃO CANARINHA, afinal ser campeão é sempre bom,
mas, ser Campeão em cima da Argentina é muito melhor!
Já não sei se grito
ou se murmuro
este desejo intenso que aflora
nas madrugadas em que silenciosamente,
invades meus sonhos
e possuis a minha alma.
Já não sei se grito
ou
se murmuro,
quando sinto o enlace dos teus braços
no meu corpo e a pele das tuas pernas
penetrando as vísceras do meu sub-consciente.
Eu não sei se grito
ou se murmuro
esta volúpia imensa que ao mesmo tempo
entorpece e agita meus sentidos ..
trazendo-te noite após noite, em cada sonho.
Se eu gritar ou murmurar,
compreende
é porque não posso mais calar este veemente
desvelo de me transformar em aragem
de ser levada pelas correntezas para acordar
feito calmaria, sob as dobras dos teus lençóis.
Andréa Motta
08/07/04
Nota: Estarei viajando nos próximos 10 dias, motivo pelo qual deixarei de atualizar este espaço, bem como, de visitar os blogs de amigos.
Aproveito para agradecer a todos as visitas e o carinho de suas sempre gentis palavras.
Escrevo p'ra não perder
o traquejo
p'ra não deixar acumular
esta maldita ansiedade
que tenta me domar
Brinco
com as palavras
quando desconcertantes
imagens
invadem o meu pensar
Se ponteio
ou pontuo
nenhuma diferença fará
quero apenas garatujar.
Andréa Motta
25/04/04
Tantas inquietações...
tanto egoísmo e ganância
habitarão corações...?
Talvez.....
quando e até quando homens e mulheres
passem a ver o mundo com os olhos da alma,
competindo menos..doando-se mais...
vivendo cada minuto como uma extensão de outro minuto...
amando mais.
Quando houver o partilhar de cada emoção,
E a natureza vier a ser apreciada em todo seu esplendor,
seja a chuva miúda ou um pôr-de-sol.
Quando o tempo absorver o tempo
e sobrevier a calmaria.
Neste dia, não haverão tantos brados,
tantas lutas, tantas desigualdades.....
Andréa Motta
05/06/03
Abrir o peito,
aconchegar ao colo
e aceitar a dor
Entrelaçar as mãos
encarar o leito doente
e desvendar fantasias
Estreito desfiladeiro
perdido
em devaneios.
Senzala descerrada
vôo de águia.
Arrancar da alma
raízes tramadas,
abrandando os gritos de revolta.
É façanha...
É façanha.
Andréa Motta
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