Jardim de Poesia

                       Gostasse de voar

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Se a tua alma gostasse de voar
e dissesse tudo o que vai dentro
se ela fosse capaz de libertar
a cor o brilho o pulsar,...o poder
para além do frio e do cinzento.
Escrevesse ela o céu com estrelas
marcadas sem cintilar a dor
E á noite eu pudesse vê-las
para poder viver d'outra côr.
Se a tua alma gostasse de voar
e pudesse ela os meus braços sentir
como quem abraça forte na chegada
com vontade de luz própria incidir.

Jorge Oliveira

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Anoitece em tons vibrantes
prenuncio de noite fria
e geada densa.

Sombras azul-róseo -amarelo-lilás
deambulam pelos vértices da anima
estancando o tempo - como se isto
fosse possível - fora dos sonhos...

Seus ponteiros em triangulação indócil
agasalham-se na sintonia afinada
de pernas e braços

encaixe perfeito
           aquecendo versos  não acabados...

Andréa Motta

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Houve um tempo em que as palavras fluiam
da alma e coloriam a folha branca,
como se fossem desenho animado

Vinham com o amanhecer,
com o trinar dos pássaros
vizinhos de janela

E a dor que apertava o peito
e tirava-me o ar se transformava
em vida e, eu podia embarcar

em pequenos aviões de papel
vermelho e perde-me na pintura
                              das tuas mãos

Aos poucos descobri que esse tempo
acabou e as veredas que aos teus olhos
me conduziam foram tomadas por incertezas

por tristes pensamentos desalinhados
percebi que o turbilhão de sensações
já não permite que as palavras sejam
                                                  adocicadas....

Andréa Motta
07/06/04

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No rádio uma música.
Ao meu lado
um travesseiro vazio.
Sob os lençóis
um espaço em branco
do tamanho de teu corpo.

Entre nós
há uma distância disforme
vencida pelo pensamento.
Uma linha tênue
entre a razão e a emoção.
E muitas palavras.
                  Ditas...
                      Sentidas...
                             Escritas...

Conexas... Desconexas.

Andréa Motta
21/06/03

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Vago
     no tempo estampado
                  no canto alegre
                                do quartzo

Não gosto
        da inércia
             das correntes
                    das nuvens carregadas

Prefiro o tempo
         descrito em fios
                       de seda marfim
                              esbatido no clamor
                                                     do vento.

Andréa Motta
16/12/03

height=244 alt=raycharles.jpg src="http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/raycharles.jpg" width=200 border=0>

Emudece

          Piano & Violão

             Morrem

                   Ray Charles e Rosinha de Valença                       

                                                              Silêncio....

height=249 alt=ponte1.JPG src="http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/ponte1.JPG" width=360 border=0>

• color=#ffffff>Ponte by Panero Teresa

height=283 alt=Condor.jpg src="http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/Condor.jpg" width=300 border=0>

• color=#ffffff size=2>Michelle's Photos - Cruz del Condor

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Neste palco de angústias e soturnos prazeres,
tensos apelos a sorrisos fúteis
abrem-se em espaços melancólicos
nas pedras fúlvidas,
iriantes do cristal.

Uma candeia ilumina a arena
onde feras, acossadas pelo medo,
num derradeiro suspiro
vociferam contra o tempo
em desesperada fuga de si próprias...

Andréa Motta
26/07/03