Nos olhos um intenso desalento
nas mãos gestos vagos
na alma a melodia amena de um piano
Minha canção me conduz a versos
de rimas tristes e incertas
Invadida pelas notas musicais,
como barco a deriva ao sabor do vento brando,
assobio baixinho imitando o trinar de um pássaro
Sou mera espectadora
no burburinho da platéia
Vozes anônimas de calor fugaz
consagram o cálice desafinado
O piano com arfar cadenciado
soleva os acordes em sublime simetria
entre a música e a saudade
Epopéico num só movimento
o som se expande
no vale azul da percepção
purificando-a
Sensível ao vinho proibido
sem perder a musicalidade,
como viração acariciando o rosto
resiste a fluidez das palavras.
Andréa Motta
03/09/03
height=343 alt=observadora.jpg src="http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/observadora.jpg" width=369 border=0>
Cantei encantos e desilusões, Chorei sentimentos mutantes, Li e reli a textura do corpo, Sonhei um horizonte tatuado Fui represa de sonhos passivos, Exigindo que minha voz dedilhe Silente acrobata lanço essências Finjo que provo e concluo Andréa Motta
como indestrutíveis verdades,
(ainda que só minhas fossem)
cada peça formava uma identidade maior.
na dispnéia dei à luz a apetites loucos
expostos em tecido rubro-branco-azul.
todos os parágrafos e pontos da lingua
trêmula nua em frenética aventura
pela epiderme dos lábios.
nas pétalas que te revelam
pintura dum mar ausente
alimento distante e presente
nas curvas da minha alma
hoje despertei enluarada.
Sem trégüa, tenho o vento
zunindo ao meu ouvido.
e transforme numa fração de segundos,
argumentos adormecidos e inexperientes traços
em rebeldes paisagens de ficção e realidade.
versejo com imprecisas rimas
Sorrio...
o choro incontido
o sentido implícito do desejo
a variante volatil da verdade
rabulices e nada mais....
27/06/04
(para ledusha)
vontade
de você
no posto nove
papo pro ar
lendo o sol
e jornal
do brasil
vontade de chupar
chica-bom com
beijo
papo-de-anjo
ao som
do gilberto gil
um trotoir
pela ciclovia
da poesia
(lido corazon!)
enquanto a tarde
na clandestinidade
nocauteia
o dia
vontade
do sotaque
carioquês
frango xadrez-
chinês
na praça da paz
(andar pela praia
até o leblom)
vontade
de te tocar mais
e mar...
e outra vez.
o carnaval passou
e a vida só cantou
o samba que a saudade fez
Marcos Caiado
que visitem CinzAzul, onde é possível ler mais poesias do fantástico poeta Marcos Caiado.
height=288 alt=bosque.jpg src="http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/bosque.jpg" width=384 border=0>
No silêncio quebrado pelo sussurro Ficaram palavras mudas, Erguendo-me em asas de amor.
do vento e cintilar das flores
encontro um rumo traçado entre
devaneios fugas e reencontros.
despidas de receios
no amanhecer feito na esperança
dos meus olhos molhados.
Andréa Motta
09/08/2003
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height=274 alt=campo.gif src="http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/campo.gif" width=220 border=0>
Não quero escrever o que me fere a alma,
são dores
prantos...
são tantos sonhos desfeitos.
Quero descrever lindos pastos verdejantes,
boninas que enfeitiçam um novo amanhecer.
Não quero deixar fluir as dores que senti
as traições que enfrentei...
Prefiro caminhar sentindo uma brisa suave
a esvoaçar meus sentidos...
a circular meu corpo.
Quero gritar minhas verdades,
aquelas que teimo em esconder.
não quero falsas amizades
nem sorrisos amarelos.
Quero ser desvendada...
desafiar odin e netuno
e, de peito aberto passo a passo
nesta travessia sorver do mais puro mel.
Não quero mais sentir o coração apertado,
as mãos geladas e os olhos mareados.
Por isso não quero rotos retratos
nem meias verdades escondidas em mistérios.
Quero sentir a magia
de viver uma paixão...
Andréa Motta
(02/06/03)
height=225 alt=floresta1.JPG src="http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/floresta1.JPG" width=300 border=0>
Labirintos escondidos em florestas encantadas,
tortuosos corredores paralelos e transversais.
Enredo de caminhos encruzilhados.
Ora absinto,
armadilhas, desatinos.
Ora feitiço,
querubins e pirilampos.
Vida...
Dédalo inexorável de veredas desvendadas
em um abrir fechar de olhos,
na fronteira da intuição.
Andréa Motta
16/07/03
height=224 alt=Amor-005.jpg src="http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/Amor-005.jpg" width=370 border=0>
Há em mim um desejo latente,
envolto em mistério...
Há um tempo de eternidade
constante...
Há em mim uma procura incessante
um revolver de sentimentos.
uma calma aparente..
refúgio de meus sonhos.
Há um olhar perdido
em devaneios...
Há em mim um coração pulsando
a cada toque da sua emoção
Há em mim o brilho de amar
Andréa Motta
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height=350 alt=papiro1.gif src="http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/papiro1.gif" width=237 border=0>
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